terça-feira, 21 de maio de 2013

poema do coração no infinitivo.

Redigirei agora o poema do coração apertado
No papel escrever, rasgar e atirar aos sete ventos
Deixar levar por cem quilômetros, ou trezentos
Para que não fiquem assim como eu tão sedentos
E que sejam totalmente livres para no céu se encontrarem

Redigirei agora o poema do coração frio
No papel escrever, amassar e deixar que o fogo o arda
Manejar as cinzas que abrasam a flama
Permitir que seja consumido o vazio
Que a minha folha se nega em queimar

Redigirei agora o poema do coração amargo
No papel escrever, adoçar e engolir
Silenciar a alma que chora e a fazer reluzir
Abrandar as entranhas que me negaram abrigo
E submergir as vísceras a me devorar

Redigirei agora o poema do coração partido
No papel escrever, guardar e fugir
Deixar teus braços cansados e partir
Conservar meu sofrido coração cansado 
E antigos poemas ternos ousar evocar.

Carlos Antônio (Júnior)

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