No papel escrever, rasgar e atirar aos sete ventos
Deixar levar por cem quilômetros, ou trezentos
Para que não fiquem assim como eu tão sedentos
E que sejam totalmente livres para no céu se encontrarem
Redigirei agora o poema do coração frio
No papel escrever, amassar e deixar que o fogo o arda
Manejar as cinzas que abrasam a flama
Permitir que seja consumido o vazio
Que a minha folha se nega em queimar
Redigirei agora o poema do coração amargo
No papel escrever, adoçar e engolir
Silenciar a alma que chora e a fazer reluzir
Abrandar as entranhas que me negaram abrigo
E submergir as vísceras a me devorar
Redigirei agora o poema do coração partido
No papel escrever, guardar e fugir
Deixar teus braços cansados e partir
Conservar meu sofrido coração cansado
E antigos poemas ternos ousar evocar.
Carlos Antônio (Júnior)
Carlos Antônio (Júnior)
Nenhum comentário:
Postar um comentário