segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ruptura

E desde quando é preciso ter motivos para deixar de gostar de alguém? Não gosto mais e pronto! Assim mesmo, sem nenhum motivo intitulado o causador. As coisas tomam uma proporção incontrolável e já não tenho mais saco para ficar me dilacerando em vão. Não preciso me desculpar, não preciso de perdão, e não preciso da sua amizade; claro que seria injúria falar que nunca careci, mas é que nesse instante momento já não é mais desejada, e por conseguinte, levemos nossas vidas pelos caminhos opostos, e é isso! Claro que virá alguém, algum amigo em comum, indagar-te o motivo de nossa desunião, e nesse momento não hesite, responda: "E quem precisa de motivos para deixar de gostar de alguém?"
 
Carlos Antônio

domingo, 20 de outubro de 2013

subversão

sua vida era torta
cara sempre fechada
batia na saída a porta
bom dia ele não dava

especulava sua morte esquecida
não sabia o caminho que andava
agradecia a cachaça concebida
o cigarro maldito tragava

nos seus olhos carregava uma dor
nos seus ombros tristeza profunda
já não procurava nenhum amor
em lágrimas a noite, afunda

até hoje não se sabe onde está
deve ter fugido um instante 
se afogado, sequestrado, quiçá
ou apenas caminha distante.

Carlos Antônio

poesia vomitada

eu
que andava
tão distante
não parava
um instante
agora já não
falo mais nada

logo eu
que tinha
a mente levada
usava sempre
a escada
quase nunca
dizia não
fui deixar
assim do nada
dilacerarem
meu coração

e eu?
que toda noite
rezo o terço
quando pequeno
dormia de berço
pra deixar de lado
essa melancolia
só vomitando
uma poesia.

Carlos Antônio

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

poema errado

nessa métrica imperfeita
desse poema sem vida
o que a princípio seria
despretendida de rima
já não faço mais nada
além de te dizer querida
que de tinta sujo minhas mãos
e de tristeza toda uma vida

nesses versos sem rumo
desse poema inacabado
o que a principio seria
nada além de um emaranhado
já uso como confidência
pra livrar-me de tanto pecado
que sem mesmo perceber
já estou tão acostumado

nessas estrofes petulantes
desse poema teimoso
o que a princípio seria
digno de tamanho desgosto
o que eu ponho pra fora
é o que me desce no rosto
e o que eu ponho pra dentro
é esse poema um tanto torto.

Carlos Antônio