quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

F u i

                                         Para (CM)

Olhei-te com um desejo insaciável
Te peguei de uma forma incontrolável
Uma coisa ardente, um fogo, um desejo
Por muito tempo de você queria um beijo

Mas quando te beijei
Faltou algo, eu não sei
Não foi o que eu esperava
Senti que aquilo não me agradava

As coisas não são o que aparentam ser
Uma fragilidade que eu queria aquecer
Você não era a garota que eu exatamente queria
Era melhor eu não ter te conhecido e ficado na fantasia.

                                          Carlos Junior





terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Apogeu


Silenciar a alma que grita
Paralisar o coração que ruge
Suspirar a maldita incógnita
Contemplar a beleza do auge.

                                    Carlos Junior

Mentiras


Ultimamente tudo mente
claramente
Minha mente mente
Cruelmente
Finalmente
impaciente
Mente.

                                      Carlos Junior

Amadurecimento




Ela cresceu o bastante
Não carrega mais seu calor
Seu olhar agora está tão distante
Seu coração congelou a dor

Não fala mais nada
Carrega do amor um silêncio
Aguenta calada da vida, porrada
Que pra ela é um artifício 

Fechou a alma e a janela
Se escondeu debaixo do lençol 
Não frequenta mais a capela
Vive agora como um caracol.


                           Carlos Júnior





Imigrante



Pela janela do carro eu vejo as pessoas
Mágoas enxugadas por pensamentos
Isolamentos sem qualquer restrição
Plantação de involução

Mútuo afeto infecto
Intelecto sutilmente perdidos 
Pedidos de esmola na calçada
Jornada de fúria pausada 

Pessoas que correm
Morrem por bala perdida
Avenida movimentada
Atravessada com medo


O sinal de repente abriu
Invadiu minha mente esses versos
Dispersos quanto um viajante
Imigrante de sua própria ilha.


                     Carlos Júnior.







sábado, 14 de janeiro de 2012

Lágrima



Aquela lágrima me caia lentamente,
Trazendo com ela todo meu sofrimento
Descia pesada, devagar
Como as horas

Estava parado no tempo
Amaldiçoando tudo e todos
Com minha ira

Aquela lágrima me descia
Tão devagar, tão delicada
Tão sofrida, tão assustada
E o tempo parado já se ia

Aquela lagrima me reconstituía
Com todo a opressão de um oprimido
Com toda purificação da alma


                                   Carlos Júnior




segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Fogo/Gelo




Contigo me incendeio 
Enquanto você fria
Eu anseio


Meu corpo em ato singelo
Enquanto eu fogo
Você gelo

Os dias se invertem
Enquanto eu monótono
Seus movimentos retorcem

Profundamente perturbado
Enquanto eu abrasador
Nenhum pouco requintado.


                                Carlos Junior

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012




Vivia de lembrança
Vivia a lembrar
De um amor de criança
De um amor de sangrar

Se isolava no canto
Se isolava do mundo
Não lhe dava uma chance
Não lhe permitia ir fundo

Um dia estava sentada
Um dia estava dispersa 
Passou na calçada
Passou com pressa 
Não era o antigo amor
Não era o seu pedido
Mas veio como um favor
Mas veio com um olhar temido


Ela se entregou
Ela se envolveu
Do seu passado deixou
Do seu passado morreu


Ele não se entregou
Ele não se envolveu
No seu passado voltou
No seu passado morreu


Agora ela o implora
Agora ela o afronta
Não mais o procura
Não mais o remonta


Nunca mais amou
Nunca mais viveu
Resolveu existir falou
Resolveu morrer sofreu.

                                Carlos Júnior