Me desgasto em viver
Não sobrevivo em subterfúgios
A cama que me refugio
Sempre trago comigo
Meus sonhos mais profundos
Faz tempo que não escrevo
Já não vejo a necessidade
De contar os meus segredos
Ninguém é obrigado a saber
Estou fadado ao fracasso
Na falta de sentido eu nado
Sigo meu caminho torto e ingrato
Deixarei-me um pouco de lado
Tentarei viver ao modo de um gato
Que não se contenta com o chão
Despreocupar-me de tudo
Levando comigo a contradição
Que acho em cima de muros
Que aos poucos se perpetuam
Na imensidão da minha estrada
Que outrora me mostra a rua
E outrora me esconde a jornada.
Carlos Antônio (Júnior)